Participante: como conviver com estes inimigos dentro de nós, se o ego está sempre criando verdades?

Não aceitando as verdades que ele cria. Para isso, é preciso que você identifique o que está por trás das verdades que ele cria.

Se o seu ego, por exemplo, afirma que comer feijão com arroz é bom, não acredite nisso. Saiba que ele está apenas gerando um elemento, um soldado, para posteriormente usá-lo para lhe tirar a paz. Isso acontecerá no dia em que não houver feijão com arroz disponível para comer.

Este é o trabalho. Deixe a mente criar o que ela quiser à vontade, mas não deixe os inimigos usarem estas verdades como soldados para lhe tirar a paz, para lhe trazer desarmonia. É isso que precisa ser feito. Já disse por diversas vezes que ninguém vence a mente silenciando-a. Isso é impossível.

A luta pela paz ou pela felicidade não está fundamentada em uma mudança do que é pensado ou do funcionamento da mente. Ela está fundamentada na libertação dos inimigos da paz.

Tem uma pergunta se não sei se ainda foi feita, mas tenho certeza que quem já me ouve a algum tempo gostaria de fazer: ‘tudo o que o senhor falou é basicamente a mesa coisa que falou no estudo Em busca da felicidade. Então, paz e felicidade é a mesma coisa’?

Não posso dizer que seja, mas para vocês que têm consciências através de uma mente humana, é. Até porque, quando conversamos sobre felicidade, definimos que ela é o estado de espírito onde existe paz e harmonia. Ora, se paz está dentro da felicidade, ela é o caminho para ser feliz.

Portanto, não estamos falando nada novo. O que estamos fazendo neste estudo é trabalhar o ter paz para poder ser feliz. Esse processo é oriundo da segunda missão que venho dizendo que recebemos há pouco tempo.

Até bem pouco tempo atrás, nossa missão era passar os ensinamentos para que cada um fizesse a sua reforma. Isso foi feito. Com o início do novo mundo, que começou no dia 21 de dezembro de 2012, recebemos a missão adicional de ajudar as pessoas nesta realização.

O que estamos fazendo hoje, além de servir como instrumento para que você faça a sua reforma, serve, também, para que ajude o próximo à fazer a dele. Não quando ele discute alguma coisa com você, mas quando ele chega e diz: ‘estou sofrendo tanto, perdi minha paz por este motivo’. Neste momento, ao invés de viver como um humano – lamentando-se, sofrendo o sofrimento do outro, querendo resolver o problema material – você tem a condição de ajuda-lo de verdade. Para isso, deve mostrar a quem está sofrendo que ele não perdeu a paz por aquele motivo que imagina, mas sim pela ação do seu individualismo, da sua vontade de possuir, da paixão e dos demais tenentes.

Esse é o resultado esperado deste trabalho. É por isso que o estamos realizando. Ele está sendo realizado principalmente para aqueles que convivem com as comunidades que chamamos de sangha.

Outro dia conversei com uma pessoa e disse que vocês estão completamente perdidos com relação à ação destas comunidades. Um dos pontos que toquei com esta pessoa foi exatamente este: o de querer ajudar os outros resolvendo os problemas deles.

Não, não se ajuda ninguém ensinando a resolver fisicamente seus problemas. A única ajuda que você pode dar a qualquer um é ensiná-lo a combater os inimigos da paz dentro de si mesmo.

Essa pessoa veio me procurar para conversarmos especificamente sobre um problema que ela vivencia na vida humana. Depois que ele me relatou o problema, passamos mais de quatro horas conversando e em nenhum momento eu voltei a falar do problema pelo seu lado humano. Apenas conversei sobre a ação dos seus inimigos internos na prática.

Não é preciso se conversar com alguém à respeito da história que compõe o problema que ele vivencia. O auxílio que pode ser dado não passa pela solução deste problema. A orientação que realmente pode ajudar o próximo é ensiná-lo a não ter mais problemas na vida.

Uma coisa que até agora vocês não entenderam, é que ter problemas durante a vivência dos acontecimentos, é estar em desarmonia com a vida. Todo e qualquer problema que tenha, é uma desarmonia: é o querer uma coisa e não ter. Se não quisesse nada, não teria problemas.

Na verdade, você tem um problema porque quer ter alguma coisa que não tem. Mas, quem diz que quer ter? O seu individualismo. Agindo através da posse, da paixão e do desejo, da intencionalidade e das quatro âncoras, o individualismo quer ter o que não tem. Colocando soldados de chumbo, ou seja, de baixo valor, como o precisar ter uma televisão, um celular, a presença da pessoa amada ou um prato de comida, o general do exército inimigo da paz lhe leva à perda da felicidade.

Usando estes soldados rasos o individualismo joga à sua frente os problemas e você fica cego tentado resolver o problema, mas não consegue resolvê-lo. Com isso, não consegue resolver um problema e está sempre colecionando outros que os inimigos da sua paz vão estar criando. Com isso estão criando as suas contrariedades, os seus problemas. 

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