Participante: gostaria de saber mais sobre o autismo. Tenho cinco pessoas em minha família diagnosticadas com essa doença e venho vendo um número crescente na população de pessoas assim.

Vou falar um pouco do assunto, mas de uma forma genérica.

Pergunto o que é uma doença mental? Temos que partir desse ponto porque isso que falou é uma doença mental. Resposta: uma forma diferente de funcionamento da mente.

Não existe doença mental; existem mentes que funcionam de formas diferentes. Esse funcionamento diferente existe, primeiro, como prova para o espírito que está ligado àquela personalidade humana. Segundo, para os que pensam diferente e têm contato com quem pensa dessa outra forma. Então, é prova para todos.

Existem mentes que pensam diferente. Elas são desse jeito para servir de prova para quem pensa diferente, para aquele que se considera normal, certo e chama o outro de doente. Nada mais do que isso.

Agora, como conviver com esses, entre aspas, doentes mentais? Como Cristo ensinou que devemos conviver com o próximo: amando a Deus acima de todas as coisas e a cada um que considera diferente de você. Respeitando a forma de pensar do outro, respeitando a forma mental de funcionar do próximo.

As pessoas que têm essa doença que você falou, por exemplo, as pessoas gostam de ficar sozinhas, sentadas em um canto fazendo movimentos repetitivos. Mas, aqueles que se consideram sãos acham que devem fazer de tudo para incluir aquele que não gosta de estar incluído na sociedade.

Isso é não respeitar a diferença. É achar que ele é um doente, uma pessoa de segunda categoria, alguém que precisa mudar, ser diferente. Aquele que se considera são imagina que é o outro que tem que mudar, não ele. Porquê? Porque se acha o são, se acha certo.

Então é isso. É preciso aprender a conviver com aqueles que têm limitações ou que pensam diferente os respeitando, deixando-os ser o que quiserem.

Eles gostam de ficar sozinhos, deixe-os ficar. Na hora que quiserem, eles mesmos vão procurar os outros. Na hora que acharem que precisam vão procurar ajuda.

As pessoas que têm essa doença não são completamente afastadas da sociedade. Por isso, o insistir para inclui-los no mundo dos normais é forçar alguma coisa.

Então, o que poderia dizer hoje, digo hoje porque ainda vamos falar mais profundamente sobre esse relacionamento ao longo dos estudos, é: essa doença é prova para ele e para quem convive com ele. Para ele é prova do convívio com as limitações que a doença impõe. Para você, uma oportunidade para respeitar quem é diferente ao invés de tentar mudá-lo para criar uma nova pessoa, uma nova forma de ser.

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